quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Dadas as circonstâncias da nossa infertilidade (má qualidade ovocitária e astenoteratospermia) contínuo a estudar, porque não sou pessoa de me contentar com explicações parcas sobre a minha saúde...
Como tal, fui verificar as causas da minha má qualidade ovocitaria (não estou em falência ovarica), uma vez que minha médica encolheu os braços.
Como me receitou Vitamina E, que é um antioxidante dado para impedir o envelhecimento das células. E, como uma situação leva a outra... decidi estudar o mecânismo de envelhecimento e quais os efeitos para as células.
Conclusão: o envelhecimento das células deve-se ao efeito de radicais livres, que de acordo com uma publicação no site da Sociedade Brasileira Reprodução Humana é uma das causas de infertilidade quer masculina e quer feminina.
A influência das substâncias oxigênio-reativas na infertilidade conjugal - 02.07.2004

INTRODUÇÃO
Os Radicais Livres (RL) são bioprodutos naturais do metabolismo oxidativo capazes de causar danos irreversíveis à membrana lipídica, às proteínas e aos ácidos nucléicos lipofucsina e ditirosina no interior das células.Os RL incluem o radical superóxido (O2-), o peróxido de hidrogênio (H2O2), o radical hidroxila (-OH) e os peróxidos de ácidos graxos. O mecanismo bioquímico de ação dos RL dá-se em função da instabilidade química que os elétrons livres lhe conferem (O2- e -OH) ou, como no caso do H2O2 e dos peróxidos de ácidos graxos, pela facilidade com que geram RL em reações que, na presença de ferro, produzem -OH. O principal dano causado pelos RL resulta diretamente da peroxidação de lípides, especialmente daqueles presentes na membrana celular, levando à perda de sua fluidez e à geração de lisofosfolipídeos.Os efeitos dos RL são contrapostos e regulados por mecanismos de defesa celular que incluem a água, varredores lipossolúveis de RL como o ácido ascórbico, o Beta-caroteno e a vitamina E; enzimas como a catalase, glutationa, peroxidase e superoxido dismutase (SOD) e mecanismos de isolamento das enzimas capazes de gerar RL em compartimentos ligados a membrana mitocondrial e aos peroxissomas (Riley e Behrman 1991).Vários pesquisadores têm estudado a fisiologia da mitocôndria, uma vez que desempenha papel central na geração de RL durante a produção de energia na fosforilação oxidativa. Cada mitocôndria é capaz de gerar cerca de 10-7 M RL/dia durante esse fenômeno e qualquer disrupção nesse mecanismo (regulado por cinco complexos enzimáticos nucleares e mitocondriais) que acarrete o não-transporte dos elétrons ao receptor final eleva ainda mais os níveis de RL dentro da mitocôndria.
INFERTILIDADE MASCULINAO ataque de Substancias Oxigenio-Reativas (ROS) a membrana de fosfolipideos do espermatozoide (sptz) pode gerar peroxidos lipidicos, hidroxialkenyls e malonaldeido cujo efeito é extremamente deletério à motilidade espermática e à sua habilidade fecundatória. A geração e liberação de RL estão normalmente associadas à fagocitose exercida por leucócitos, especialmente os neutrófilos; mas em 1987, uma evidência direta da produção de ROS pelos espermatozóides anômalos foi demonstrada por duas publicações independentes (Alvarez e cols., 1987; Aitken e Clarkson, 1987).O espermatozóide tem capacidade limitada para defender-se da agressão oxidativa, sendo altamente dependente das propriedades de varredura do líquido seminal, exercidas pelas enzimas SOD, catalase e glutationa peroxidase, bem como outras substâncias com atividade similar, tais como: albumina, piruvato, taurina, hipotaurina e vitaminas E e C (De Lamirande e Gagnon, 1995).O sistema enzimático protetor está localizado no citoplasma do sptz, principalmente na peça intermediária sendo insuficiente, portanto para salvaguardar a totalidade da membrana plasmática (Aitken, 1994). Os RL, no entanto, são necessários para que os sptz desempenhem o seu papel fisiológico. Enquanto a concentração de ROS, especialmente O2 - é importante para hiperativá-los e capacitá-los, uma concentração excessiva, geralmente produzida pelos neutrófilos e sptz anômalos, pode exercer efeito detrimental na função espermática desempenhando papel importante na infertilidade idiopática masculina.Em 1992, Iwasaki e Gagnon demonstraram que 40% dos homens inférteis tinham geração excessiva de ROS não observada em controles azoospérmicos e normais. A mensuração de peroxidação lipídica pode ser também uma ferramenta diagnóstica mais valiosa e informativa que a análise de geração de ROS por si mesma.Está bem estabelecido que os neutrófilos, comumente presentes em todas as amostras seminais em concentração, não-patológicos (<>
INFERTILIDADE FEMININA
É no ambiente do aparelho genital feminino que se desenrola a maior parte do processo reprodutivo; além das próprias características da oogênese, o gameta feminino é o elemento central do êxito procriativo.O efeito dos RL pode ser deletério para os embriões na luz tubárica, bem como para o ambiente peritoneal. Portz e cols. (1991) demonstraram que a injeção de SOD e catalase pode bloquear a toxicidade de RL e prevenir a formação de aderências num modelo de endometriose em animal. Em relação à endometriose, Ishikawa e cols. (1993) mostraram que o líquido peritoneal de mulheres portadoras dessa doença contém quantidades expressivas de ROS e concentração reduzida de SOD. A fonte principal de RL provém da reação de Fenton, que converte H2O2 e O2 em radicais hidroxila catalizada pelo ferro, do fluído peritoneal pélvico daquelas mulheres que apresentaram considerável quantidade de hemácias e, por conseguinte, grande quantidade de hemoproteínas e ferro responsáveis pela formação de peróxidos nos tecidos (Wills, 1996).Um ambiente oxidativo, promovido pela presença de RL pode, ao menos a nível teórico, inibir reações que, para ocorrer, necessitam ambiente redutor. Sem contar que a peroxidação dos ácidos graxos, em nível de membrana e o conseqüente aumento da permeabilidade podem promover a liberação prematura dos grânulos corticais e o precoce envelhecimento oocitário. Estudos específicos sobre os efeitos fisiológicos da idade da mulher na “qualidade” dos oócitos vêm sendo realizados a partir da teoria proposta por Harman (1972).Segundo o autor, o envelhecimento dos organismos ocorre devido a um acúmulo de RL que induz danos celulares irreversíveis. De fato, os efeitos da idade sobre os índices de sucesso dos programas de fertilização in vitro (Hughes e cols., 1990) colocou em foco a fisiologia do envelhecimento oocitário como evento inexorável, que no entanto não afeta a todas as mulheres, não afeta todos os oócitos de uma mesma mulher e pode afetar mulheres jovens que inexplicavelmente apresentam índices de gestação semelhantes aos de mulheres próximas do fim da vida reprodutiva (Ezra e cols., 1992).Nesse sentido, estudos sobre a senescência celular em vários tecidos humanos têm demonstrado um número de mecanismos universais envolvidos no envelhecimento, trazendo luz sobre o papel dos RL. Os oócitos, como células de longa vida, e as mitocôndrias, centro da geração dos RL, são, em conjunto, modelos biológicosúteis para essa compreensão.Estudos de microscopia eletrônica de oócitos e embriões descrevem alterações consistentes com danos causados por RL tais como disrupção da membrana, vacuolização, fragmentação citoplasmática e alteração morfológica das mitocôndrias (Keefe e cols. 1995; Dowson e Harris, 1981).
NUTRIÇÃO E COMPORTAMENTO
Embora os eventuais efeitos de fatores ambientais sobre a fertilidade permaneçam ainda contravertidos, o estilo de vida e atividade comportamental exercem influência negativa sobre a qualidade do sêmen, principalmente o tabagismo (Vine e cols., 1996; Pacifici e cols., 1993), o alcoolismo (Kuchera e cols., 1995), o estresse (McGrady, 1984) e a temperatura escrotal elevada (Thonneau e cols., 1998).Muitos agentes físicos, químicos e farmacológicos podem afetar a qualidade seminal. A exposição ocupacional a metais pesados, tais como cádmio e chumbo, é reconhecidamente espermatotóxica (Tas e cols,). Em ratos, a administração de cádmio na dieta induz alterações patológicas nos testículos, com perda da capacidade reprodutiva (Saygi e cols). O zinco e o selênio exercem efeito protetor ao dano testicular induzida pelo cádmio (Hsu e cols) concluíram que a exposição ao chumbo provavelmente afeta a função seminal ativando uma das vias de geração de ROS.A relação entre nutrição e fertilidade foi estabelecida por Steegers-Theunissen, 1995, analisando as repercussões da evolução obstétrica de mulheres mal nutridas. No entanto, o impacto da nutrição na sub-fertilidade masculina tem sido escassamente estudado e muitas vezes negligenciado em infertilidade humana.Em animais, a deficiência de vitamina A causa degeneração de células germinativas (Van Pelt e Rooij). Os sptz humanos são particularmente susceptíveis à agressão peroxidativa pelo fato de conter alta concentração de PUFA e também por terem habilidade significativa de gerar ROS, principalmente O2– e H2O2 .Agentes antioxidantes como a Vitamina E, vitamina C e carotenóides podem restaurar o balanço próoxidante/ antioxidante e manter a integridade genética dos sptz, prevenindo o dano oxidativo ao DNA. A suplementação de vitamina E e selenium parece melhorar a motilidade e morfologia dos sptz (Vezina e cols., 1996; Scott e cols., 1998).O mineral que tem sido o maior foco de atenção na função reprodutiva é o zinco. Esse mineral exerce papel importante no desenvolvimento testicular, na espermatogênese e na motilidade espermática. O zinco tem sido referido como co-fator essencial para mais de 80 metaloenzimas, além de exercer atuação importante na organização polimerica do RNA e DNA, na síntese proteica, na divisão celular e na estabilidade das membranas.A concentração de zinco na genitália masculina e no sêmen humano é extremamente alta se comparada com a concentração encontrada em outros órgãos ou fluídos corporais. Os níveis secretores de zinco refletem basicamente a função prostática. O mineral também está presente na maturação dos sptz e há evidência de que a sua presença no líquido seminal influencie o consumo de O2 pelo sptz (Eliasson e cols., 1971; Huacuja e cols., 1973), a decondensação de cromatina nuclear e a atividade de acrosina (Steven e cols., 1982).Estudos clínicos com homens adultos experimentalmente privados de zinco mostraram que a síntese de testosterona pelas células de Leydig depende da concentração desse mineral (Prasad, 1991; Abbasi e cols., 1980). Além disso, o zinco exerce importante influência na ativação da enzima 5-α-reductase que é necessária para conversão de testosterona em 5-α-dihidro-testosterona (DHT).Alguns estudos têm demonstrado que a suplementação de zinco melhora a concentração espermática (Stankovic e Mikac-Devic, 1976; Hartoma e cols., 1977), a motilidade (Kynaston e cols., 1988) e a morfologia de indivíduos subférteis com astenozoospermia idiopática e/ou oligozoospermia (Tikkiwal e cols., 1987). Entretanto, todos esses estudos incluem pequeno número de voluntários e, assim sendo, o impacto de suas conclusões é limitado. Até o momento, nenhum estudo duplo-cego foi realizado. Kynaston e cols. (1998) em estudo não-harmonizado avaliaram 33 pacientes com oligoastenozoospermia em clínica de infertilidade masculina e prescreveram sulfato de zinco (220 mg duas vezes ao dia) por um período de três meses. Os dados compilados revelaram melhora significativa da motilidade e do percentual de sptz progressivos rápidos. Não houve alterações significativas quanto à morfologia dos sptz. As concentrações de zinco no líquido seminal aumentaram significativamente de 1,7 ± 1,02 a 2,0 ± 1,1 mmol/L (P <>
CONSIDERAÇÕES FINAIS
infertilidade é uma entidade cuja etiologia envolve múltiplos fatores. O efeito detrimental dos RL pode estar envolvido em alguma etapa do desempenho morfofuncional dos gametas na fertilização, na implantação e na evolução inicial do concepto. Particularmente, as ROS podem ter importância relevante em infertilidade de causa inexplicada, situação em que toda investigação do casal mostrou-se dentro dos limites da normalidade.O real benefício da administração de antioxidantes aos casais carece de investigação prospectiva e randomizada, pois a s referências na literatura são escassas e envolvem casuística limitada. Parece não haver dúvida sobre a participação dos RL nos distúrbios da fertilidade, como pudemos relatar; no entanto urge realizarmos observações consistentes para demonstrar a eficácia dos antioxidantes no incremento da função reprodutiva.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Na Quarta-feira fiu à minha primeira consulta de Acupuntura e devo admitir, que saí de lá com uma grande tranquilidade... Podem pensar que é efeito placebo, mas a verdade é que sinto mais
calma. Até pode não promover qualquer tipo de alteração ao nível da qualidade dos foliculos...
Mas, encarar um novo tratamento com mais optimismo é muito importante para mim...
De qualquer forma estive a estudar um pouco sobre a relação "Infertilidade e Acupuntura" e passo a citar:

Revisão da literatura médica: acupuntura e infertilidade


fonte: Fertility and Sterility 2002
Modern Trends: Role of acupuncture in the treatment of female infertility
Raymond Chang, Pak Chung and Zev Rosenwaks


O objetivo deste trabalho foi fazer uma revisão da literatura médica sobre o uso da acupuntura no tratamento da infertilidade feminina.

A acupuntura provoca a liberação de beta endorfinas que afetam a secreção de GnRh e consequentemente podem influenciar o ciclo menstrual, a ovulação e a fertilidade. Alguns autores afirmam que a acupuntura em mulheres anovulatórias (que não ovulam) ou em mulheres normais, pode melhorar a liberação de FSH, LH, estradiol e progesterona, que são os principais hormônios femininos ligados à fertilidade.

Gerhard, na Alemanha, estudou 45 mulheres inférteis tratadas com a auriculo acupuntura (na orelha). O autor verificou que o retorno dos ciclos ovulatórios ocorreram mais rapidamente no grupo tratado com a auriculo acupuntura em relação ao grupo tratado com clomifeno, gonadotropinas ou bromocriptina.

Outro estudo realizado por Stener-victorin com 24 pacientes com SOP (Síndrome dos ovários policísticos) utilizando a eletro acupuntura para a indução da ovulação, mostrou um aumento de 15% para 66% da ovulação em 3 meses de tratamento.

Paulus e colaboradores fizeram um estudo envolvendo 160 pacientes que foram submetidas a tratamento da infertilidade pela reprodução assistida. A acupuntura era realizada 25 minutos antes e logo após a transferência de embriões. Observou-se uma melhora das taxas de gravidez de 26% para 42%.

Outro estudo de Stener-Victorin mostrou uma diminuição da impedância da artéria uterina e um aumento do fluxo de sangue para o útero com a aplicação da eletro acupuntura. O fluxo aumentado da artéria uterina provoca um melhor padrão de espessura do endométrio, deixando-o mais propício à implantação do embrião.

Vários outros estudos mostraram também a diminuição da ansiedade e do stress com o uso da acupuntura. O mecanismo pelo qual a acupuntura exerce este efeito é através da liberação de beta endorfinas no sistema nervoso central. Todo casal com diagnóstico de infertilidade possui algum grau de stress emocional, o que pode dificultar ainda mais o tratamento. Com mais este efeito, a acupuntura pode ser utilizada como coadjuvante no tratamento da infertilidade.

De modo geral, existem 3 mecanismos de ação da acupuntura no tratamento da infertilidade:
- redução do stress emocional
- aumento do fluxo de sangue para a artéria uterina
- ação no sistema nervoso central com a modulação dos hormônios femininos, pela liberação de beta endorfinas e pela inibição do sistema nervoso simpático